Projeto Museu Conceito Mercedes-Benz

Este é um estudo que visa chamar atenção de parcerias público privadas para a criação de espaços de qualidade nas cidades. 

Quando o arquiteto e urbanista é parte de algo que dita comportamentos, sentimentos e a história em si, isso faz dele responsável pelo que está criando e pelo que isso está impactando imageticamente nas pessoas. E, levando em conta que é um gerador de espaços, está diretamente ligado aos interesses de quem o contrata.

Portanto, em escala de projeto, o uso do conhecimento e das técnicas favorece este resultado e ao escolher uma marca como a Mercedes-Benz - que tem uma visibilidade mundial já muito consolidada - estrategicamente pensou-se em como fazer de algo muitas vezes ainda polêmico entre os arquitetos, que é a questão da motorização, seja incluída em um contexto de retorno de benefícios à sociedade.

Ao ter conhecimento da história da marca em como se deu o início, de como reconheceu erros passados; de como ganhou e consolidou seu lugar no mundo e os seus valores; a responsabilidade social e o compromisso de todos com elevados padrões éticos; da sua resposta rápida a mudança dos tempos e sua perpetuação no mercado mantendo sempre o mesmo conceito, me trás uma profunda inspiração.

A Oeste da cidade de Curitiba, cidade conhecida por acolher diversas etnias especialmente européias que se mesclaram ao longo de décadas, no bairro Cidade Industrial região do marco referencial físico-espacial das indústrias, foi o local escolhido para receber o Museu Conceito Mercedes-Benz.

No terreno escolhido, de topografia desafiadora e rico em belezas naturais, houve um especial cuidado nas decisões de projeto para minimizar as interferências em sua topografia e no no meio urbano, devido ao porte da construção que podem ser percebidas também na escolha dos materiais como o vidro, o aço e o concreto. A decisão de tornar público algo que poderia ser

privado norteou o partido deste projeto.

O terreno tem uma área expressiva de preservação, porque nele passa a bacia do Rio Barigui e é margeado por árvores nativas que chamam atenção pela beleza e pelo porte. Isto torna o terreno ideal para o projeto proposto. A proposta de intervenção leva em conta a contemplação e em quase todos os ambientes da edificação é possível apreciar a paisagem. Na área externa com

pouquíssima intervenção as pessoas podem usufruir de um passeio pela extensão do terreno e ser levado até as margens do rio.

O conceito do projeto é a integração, a conexão e a reativação.

A fachada ativa permite a livre circulação e uso das pessoas mesmo quando o Museu não estiver em horário de funcionamento, tornando-se uma passagem agradável de uma rua à outra. Um grande pórtico em escala decrescente convida a entrar.

O Museu possui bilheteria para controle de acesso, mas atenderá de forma gratuita, uma vez que sua função é de informação, formação e de acesso à cultura. Dentro da estrutura possui um teatro com capacidade de público de 350 pessoas, equipado com bilheteria paga, chapelaria, bomboniere, camarins e instalações sanitárias.

Compõem o projeto amplas áreas de exposição temporárias, como no segundo subsolo que aproveita a parte inferior da platéia do teatro. Estacionamento com 140 vagas no terceiro subsolo com acesso pelos elevadores.

A visitação do museu se dá do quarto pavimento para baixo, sempre seguindo o "loop" através das passarelas e rampas panorâmicas.

Elementos construtivos chamam atenção na estética da edificação, como as vigas vagão calculadas para dar sustentação aos pavimentos, os brises móveis para conforto térmico, os guarda corpos desenhados com floreiras ou variados com bancos para descanso e contemplação e ainda, os cabos de aço que contrapõem o peso das rampas panorâmicas.

Além de 7 salas de exposição permanentes e sala de inclusão auditiva e visual, possui também quatro salas de formação e inovação. Outros ambientes ainda somam ao projeto de 9988 m² como o depósito, zeladoria, salas administrativas e de funcionários.

Mais que um museu, mais que um teatro, mais que um centro de formação e inovações, mais que uma praça, um espaço!

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